A direita da cidade, vereadores e outros grupos, atribuíram a transferência do Coronel Fábio Rogério Cândido, do I 5 para o Comando da Polícia da Capital (C), porque ele concedeu uma entrevista dizendo que é a favor que a população civil possa se armar como quiser. Mas a história é outra. A entrevista foi publicada no domingo. Na sexta-feira anterior ele já anunciava a sua intenção às pessoas próximas de ser pré-candidato a deputado estadual. Essa foi a sua desgraça com o PSDB.
O dono
O impoluto Carlão Pignatari (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa do Estado, decidiu que a candidatura do Coronel ia atrapalhar os seus planos e dos candidatos do PSDB na cidade e região. Interveio com a rapidez de um raio e conseguiu a transferência do Coronel. A entrevista em que ele disse ser a favor de armar a população deveria ser o ponta pé é sua pré-candidatura.
Memória
Como nós, brasileiros, temos a memória curta, às vezes curtíssima, é sempre bom refrescar a memória e relembrar que Carlão Pignatari, antes de ser um tucano pavão, foi acusado pelos MPs estadual e federal (Gaeco) de ser o verdadeiro comandante da Máfia do Asfalto. Ela teria desviado apenas R$ 1 bi, em 59 prefeituras, com 5 empresas da grande Votuporanga, com emendas parlamentares estaduais. Ele também comprou em 7 meses, para 2 carros, gasolina para dar umas 5 ou 6 voltas no globo terrestre com dinheiro da Assembleia de uma única rede de postos de gasolina de um querido amigo-irmão. É a nata do tucanato. A circunferência da Terra é de módicos 40.075 mil quilômetros. Mas, como bom político, ele foi inocentado de todas as denúncias e os MPs perderam a briga.
Os dois
Falando em candidato à deputado, na Câmara de Rio Preto tem dois. João Paulo Rillo (Psol) à federal e Renato Pupo (PSDB) a estadual. Hoje, João Paulo lança a sua pré-candidatura e Renato Pupo reconfirmou ontem (12) que é candidato a estadual. Jogo duro, ao trombar com Itamar Borges (MDB) e Valdomiro Lopes (PSB). Na última sessão da Câmara, a candidatura a estadual de Valdomiro foi confirmada pelo seu fiel escudeiro e ex-chefe de gabinete, Alex Carvalho. Ao reaparecer depois de um longo inverno, sua presença só reafirmou a volta da dupla aos palcos.
O jaboti
Não se sabe desde quando o presidente da Câmara, Pedro Roberto Gomes (Patriota), conseguiu enfiar um jaboti no meio de uma reforma no Regimento Interno da Câmara. O certo é que ou despercebido. Pelo jaboti, fica autorizada que qualquer pessoa que não tenha curso superior de istração ou de direito possa assumir a direção geral da casa. O atual diretor geral, Jorge Gimenez, pediu demissão. O novo texto vai permitir que ele nomeou o seu braço direito, Débora Donini. Ela foi nomeada nos primeiros dias após a posse, mas não pode assumir por não tem nenhuma das duas graduações. Agora, o caminho está livre. Mas, tem mais gente na parada. O jornalista Thiago os está na fita. Agora, apenas o diretor jurídico precisa de graduação: em Direito.
Não ligo
O Ministério Público Eleitoral vai ter que intervir na atuação nas transmissões ao vivo das sessões da Câmara. Há de dias a TV Câmara teve que reeditar uma sessão porque o vereador Júlio Donizete (PSD) fez propaganda negativa de Rodrigo Garcia (PSDB) e positiva de Jair Bolsonaro (PL). Na última sessão, foi um festival. Ao menos meia dúzia de vereadores fizeram propaganda escancarada de seus candidatos. Ao menos daqueles que financiam com emendas os seus projetos. Alguns vereadores foram tão agressivos na desfaçatez que o presidente Pedro “Malazarte” Roberto Gomes teve que intervir e lembrar da lei e das consequências. Não estão preocupados.
Câmeras
O novo oficial comandante do I-5 (Comando de Policiamento do Interior), com base em Rio Preto, Coronel Carlos Henrique Forner, disse na manhã desta terça-feira (12) até o fim do ano, os policiais militares de Rio Preto, arão a atuar com câmeras nas fardas. Esse programa está implantado na região metropolitana de São Paulo. Por outro lado, não haverá aumento do efetivo da orça na cidade. O Coronel assume apenas na terça-feira (17), mas fez sua apresentação no aniversário de 33 anos da Polícia Ambiental, ex-Florestal, ao lado do prefeito Edinho Araújo (MDB).
Desespero
Os tucanos paulistas estão entrando em desespero. Com a consolidação da candidatura do bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos) no espaço da centro direita e o eterno patinar de Rodrigo Garcia nas pesquisas eleitorais, levam o governador a começar se afastar do fardo João Doria e a fazer um discurso à direita, principalmente na área da segurança pública. Um tucano da linha da Mário Covas ou de FHC jamais diria que a PM vai mandar bala em bandido a qualquer reação. Ele tenta se apoderar do discurso da direita que, na verdade, ele sempre teve. Foi o grande homem do DEM, ex-PFL de Antônio Carlos Magalhães. De tucano, Garcia nunca teve nada.
O candidato
Na cidade, quem começa a fazer isso, é o vereador Renato Pupo (PSDB). Desde que assumiu publicamente que é base do prefeito Edinho Araújo, embora tente dourar a pílula, ele vem atacando cada vez mais o vereador João Paulo Rillo (Psol), de quem foi parceiro de primeira hora em sua efêmera agem pela oposição. Na última sessão, bombardeou o Rillo, contra o projeto que tentou acabar com a arquitetura hostil cidade. Talvez ele tenha descoberto que precisa ser o contraponto da esquerda para conseguir consolidar o seu projeto como candidato a estadual pelo partido.
À direita
Pupo fez um discurso de direita e, para ser contra a proposta de João Paulo Rillo, misturou alhos com bugalhos. Ele confundiu o projeto para acabar com a arquitetura hostil com a discussão que a Câmara faz para mitigar o aumento dos moradores de rua. No entanto, os moradores de rua aumentam independentemente da arquitetura humanizada ou hostil. O problema existe e cresce porque o pais é pobre e a economia é excludente. Isso se chama pobreza. Não tem nada a ver com um banco que impede morador de rua de se deitar para dormir. Pupo disse que foi contra porque os moradores de rua fazem as necessidades na frente das lojas, espantam comerciantes, fazem sexo à céu aberto e cometem pequenos crimes. Pelo raciocínio, uma arquitetura hostil, que impeça que se sentem ou durmam na frente das lojas, vai acabar com tudo isso. Não vai. Só a política econômica fará isso.
Diferenças
Os assuntos, que são excludentes, se misturaram e a arquitetura hostil acabou mantida pelos vereadores como uma trincheira para quem defende a eliminação desse grupo social, como um cancro, a qualquer custo. Arquitetura hostil afeta a todos. Hoje, infelizmente, é usada pelo poder público para levar moradores de rua a dormir na margem do rio Preto. Uma praça de onde é retirado o piso liso elimina esportistas como quem pratica skate ou caminhada ou bate uma bola entre um pequeno grupo de amigos. A classe média não a andar sobre um piso irregular, que machuca os pés. Ela também é usada por agências bancárias que evitam que os correntistas que ficam na fila esperando a abertura da agência a sentar numa borda, quando ela recebe uma barra de ferro com espeto apontado para cima.
Saindo do armário
No caso, não falo apenas de políticos cujos olhos brilham com essa possibilidade. Uma entrevista de um diretor do Sindicato do Comércio a uma emissora de rádio ou perto do nazismo ao vociferar que eles devem ser eliminados de um jeito ou de outro. Talvez tenha sido por isso que, na reunião da Comissão da Câmara em que o assunto foi tratado com as entidades de classe, ele sequer foi chamado para compor a mesa.
Mudou muito
A defesa da manutenção dos obstáculos arquitetônicos, foi feita, para além dos trogloditas semianalfabetos que povoam a atual Câmara Municipal, por gente esclarecida e que vende a imagem de humanista. Jean Charles Serbeto (MDB) e Odélio Chaves (PP) são esclarecidos e fizeram uma defesa pela manutenção desse tipo de arquitetura, técnica e até legalista. Fugiram do discurso de ódio, comum na extrema-direita, para manter os obstáculos que ela impõe. A maior surpresa ficou por conta do vereador Renato Pupo (PSDB). Para quem acompanha o dia-a-dia da vida púbica local, a mudança de Renato Pupo é radical.