A Terra é redonda, dá voltas sobre o próprio eixo a cada 24h e, em torno do Sol, a cada 365 dias, segundo a astronomia. Para muitos rio-pretenses, como nos romances do realismo fantástico de Gabriel Garcia Marquez, ela é plana. Lisinha, lisinha. Ainda assim, aqui no sertão, mesmo plana e lisinha, ela também dá voltas. A maior prova da influência que esse vai e vem astronômico (ou seria astrológico?), promove fica claro no nosso “Market Man” político, que chacoalha dia após dia cartaz com frases de efeito na esquina da Alberto Andaló com a Silva Jardim, ao lado da Câmara e da Prefeitura.
Biruta ideológica
As más línguas dizem que ele funcionaria à base de um combustível chamado real. Quanto mais real ele receberia, mais suas frases se alteram. Como biruta de aeroporto, as vezes ele está à direta, às vezes à esquerda. Ele já chacoalhou em seu estandarte frases em defesa e contra Jair Bolsonaro, Sérgio Moro, Coronel Helena e, pasmem, desta vez nosso marqueteiro amador é Lula/Alckmin. Muito embora em outras voltas que a Terra dá, o candidato à presidência da esquerda, em outro frenesi ideológico, já foi ladrão, às vezes presidiário, e outros adjetivos ou predicados devastadores. Vamos ver até outubro, quantas voltas aquele mundo muito particular, dará.
De cabeça
O jornalista, investido de vereador, Robson Ricci (Republicanos) pediu demissão da TV Record. São duas as correntes que apontam os motivos. A primeira, diz que ele vai se transferir para outro veículo de comunicação. A segunda, que ele vai pisar fundo e se dedicar à carreira política. Se esse for o caminho, é uma péssima escolha. Política não é profissão, apenas uma opção. Muitas vezes, nuvem ageira. Espera-se que ele não monte um “programa social” para alguma faixa da população para ser bancado com convênio e dinheiro público. Esse caminho está congestionado.
O time
Hoje, fazem “trabalho social” os vereadores Bruno Moura (PSDB), Celso Luiz Oliveira, o Peixão (MDB), Rossini Diniz (PL), Júnior Ruel (União Brasil) afora os carolas dedicados a programas sociais via púlpitos. Cláudia de Giuli (MDB) não conta: militava pela causa animal antes de se eleger. Moura também. Mas, mergulhou de cabeça depois de eleito. E tem uma fila de não eleitos todos buscando espaço (voto) na comunidade com a mesma fórmula.
A eleição
O vereador Cabo Júlio Donizete (PSD) provocou uma edição no vídeo da última sessão. Eles são reprisados em TV aberta e fechada e arquivados como história do município. Cabo Júlio chamou Rodrigo Garcia (PSDB) de “Dorinha” ao criticá-lo por ter transferido o Coronel Fábio Rogério Candido do comando do I 5 baseado em Rio Preto para o Comando de Policiamento da Capital (C), na capital. Cabo Júlio disse que ele foi transferido porque se manifestou a favor de armar a população. Dentro do período eleitoral, a legislação não permite esse tipo de crítica em TV pública. Nem crítica negativa, nem positiva.
As regras
Júlio também mostrou um vídeo editado, tirado do YouTube, e fez pesadas críticas ao pré-candidato do PT à presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, que disse que Jair Bolsonaro (PL) não gosta de gente. Só de policial militar. A fala é um delírio, mas a crítica também se enquadrou em propaganda negativa dentro do período em que ela é proibida em TV pública. Os vereadores vão precisar ler as regrinhas do que pode e do que não pode durante as sessões transmitidas ao vivo por canais públicos (TV, YouTube, site da Câmara e Rádio Educativa FM). Caso contrário, a TV Câmara vai precisar contratar um editor temporário apenas para cortar os abusos cometidos durante as sessões, ao vivo.
O João e o Edinho
Dois novos pré-candidatos à deputados federais na praça. Banner que corre nas redes sociais convida para o pré-lançamento da candidatura de João Paulo Rillo (Psol) dia 13 de maio. Outra confirmação por vias tortas é a do pré-candidato Edinho Filho (MDB). A certeza só ficou escancarada com a exoneração da publicitária Joseane Amoriele, que estava lotada na Secretaria de Comunicação. Ela funciona há várias eleições como marqueteira política de Edinho Araújo (MDB), por ser ligada a Saulo Nunes, o verdadeiro marqueteiro do prefeito e ex-proprietário da Agência de Publicidade Preview. Saulo é o braço de Edinho nessa área há décadas. Prefere o anonimato.
Craque no banco
Sobre a transferência do Coronel Fábio Rogério Candido para o C na capital, o vereador e Tenente Coronel Jean Charles Serbeto (MDB) disse que não se coloca um craque no banco de reserva, sugerindo que a promoção foi, na verdade, uma punição pela postura do militar a favor da liberação de armas. Fábio Rogério fez um trabalho considerado excepcional à frente do I 5 e nem os adversários contestam. Entre eles, João Paulo Rillo, que votou a favor de uma moção de aplauso a ele. Mesmo discordando da posição favorável à liberação de armas pelo coronel.
Antônio Andaló
Durante a visita do governador Rodrigo Garcia (PDDB) a Rio Preto quando anunciou terceira-faixa, redução de pedágios e um maro-anel viário, trouxe a tira colo o presidente da Agência de Transporte do Estado de São Paulo, Milton Persoli. Quis dar uma de Paulo Maluf, que sabia o nome do bisneto de qualquer interlocutor, e chamou a Avenida Alberto Andaló de Antônio Andaló. Misturou Antônio Figueiredo de Oliveira com Alberto Andaló, dois ex-prefeitos.
Guarda é Guarda
Quem ainda sonha com a transformação da Guarda Civil Municipal com uma Polícia Municipal, pode tirar o cavalo da chuva. O órgão especial do Tribunal de Justiça do Estado (TJ) acaba de declarar as leis de Pitangueiras e Artur Nogueira, inconstitucionais. As duas cidades transformaram suas Guardas em Polícias.
Legal
A Procuradoria Geral de justiça do Estado deu parecer contrário na ação popular que pede o fim das gratificações aos funcionários a Câmara que trabalham em sessões à noite e para os vereadores as sábados e domingos. Recebem 25% de gratificação. A Procuradora Deborah Pierri disse que não vê qualquer ilegalidade nas gratificações. Ilegal é trabalhar de graça.
Simples
Neta quinta-feira (5), a Comissão de Cidadania da Câmara se reuniu com representantes do Sindicato do Comércio e Associação Comercial e Empresarial de Rio Preto (Acirp) para discutir a “invasão” de moradores de rua. Na verdade, a tal “invasão” é provocada pela retração da economia e resto a pandemia. Representante de empresários diz que os moradores de rua estão vindo de todo canto, precisam ser despachados da rodoviária para outros destinos com dinheiro da Prefeitura, que eles são, via de regra, drogados que criam micro cracolândias, agridem os moradores e roubam o comércio. O mesmo senhor pede as entidades sejam proibidas de dar comida de graça.
Traquejo
A Comissão criou uma saia justa ao dar lugar na mesa que comandou a sessão a um representante da Acirp e negou o mesmo espaço ao Sindicato do Comércio. Entidade aliás, que mais luta para colocar essa parcela da população debaixo do tapete. Falta habilidade política ao vereador Cabo Júlio Donizete, presidente da Comissão e dos trabalhos.