Nos dias que antecederam a posse do prefeito eleito, vários nomes de secretários foram anunciados. Apesar da informação inicial de que os anúncios seriam feitos somente no dia da posse, os escolhidos começaram a ser divulgados no último dia 17. No alto escalão do governo, atualmente, cabem 32 pessoas, entre secretários, superintendentes e presidentes, mas só 26 estão anunciados.
Um pouquinho antes
Um dia antes da posse, em 31 de dezembro, foi feito o “último anúncio” de nomes de secretários. Depois deste, veio o último anúncio. Nenhum dos escolhidos divulgados foi uma surpresa. A nomeação oficial para o cargo ainda vai depender de alguns trâmites burocráticos, principalmente para os militares que ainda estão na ativa.
Saúde
O capitão médico Rubem Bottas foi confirmado na Secretaria de Saúde. Segundo o prefeito coronel Fábio Candido (PL), por opção própria, Bottas pediu desligamento da Polícia Militar. “Nós estamos aguardando a publicação da exoneração dele para que ele possa ser legalmente nomeado”, disse o prefeito.
Poucas esperanças
Por enquanto, Adilson Vedroni permanece como interino na Saúde. Ele acumula ainda a Secretaria de istração. A Saúde é a maior preocupação do prefeito que não cansou até agora de dizer que a “Saúde está na UTI”. Para Vedroni, no entanto, o setor “pode e tem tudo para avançar, mas é tudo muito difícil”.
Exclusivo
A dedicação exclusiva de Bottas no cargo vai ser realmente necessária para resolver as coisas, conforme foi prometido durante a campanha eleitoral. Os desafios da pasta são muitos, entre eles, a dengue e a falta de leitos. Há quem aposte que o prefeito não consegue resolver tudo de forma tão rápida quanto foi prometido, mas não faltam esperanças de que as coisas sejam de fato resolvidas.
De partida
Sérgio Issas deixou a Prefeitura de Rio Preto. Funcionário de carreira, ele comandou a pasta de Obras em diversos momentos durante os governos de Valdomiro Lopes (PSB) e Edinho Araújo (MDB). Ele já havia anunciado que sairia e escreveu uma despedida nas redes sociais. Foram 33 anos “com afinco, sempre pautado na qualidade e melhoria da nossa cidade”, escreveu o engenheiro.
Ficou
Por outro lado, Israel Cestari ficou. O ex-secretário de Obras de Edinho permanece na pasta, a contragosto dos mais próximos de Coronel Fábio e dos empresários. Cestari não é bem-visto por ser muito técnico e levar as coisas de forma muito legalista. Ele deverá ser neutralizado durante a istração de Fábio Marcondes (PL), a pedido de empresários.
Na posse
A tão esperada festa da posse se concretizou. Apenas para convidados e autoridades, coronel Fábio Candido ascendeu a prefeito. A cerimônia começou na Câmara, com um discurso de quase 30 minutos que até parecia que a eleição ainda não tinha acabado. O agora prefeito falou sobre a campanha eleitoral, que chamou de “desleal”, e não citou o nome do deputado estadual Itamar Borges (MDB).
Um aceno à esquerda
Na tribuna, coronel Fábio elogiou a postura dos adversários dos partidos de esquerda. Marco Rillo (PT) e Valdomiro Lopes estavam em plenário para acompanhar a posse dos vereadores. A atitude, além de protocolar devido a situação em que todos se encontravam, ainda mostrou que parece que a direita de Rio Preto não a de um bando de ressentidos com o governo ado do que uma ideologia de fato.
Secretários
Alguns dos secretários já foram empossados. Durante a cerimônia, no nono andar da Prefeitura de Rio Preto, ganharam destaque Rodrigo Carmona, no Semae e Chefia de Gabinete, Fábio Marcondes, na pasta de Obras, Amália Paci, na Comunicação, Frederico Duarte, na Procuradoria-Geral do Município, Muhamad (Dinho) Alahmar, na Secretaria de Governo, Adilson Vedroni, na istração, e Nelson Guiotti, na Secretaria da Fazenda. Teve também a primeira-dama, Josiane Candido, para o Fundo Social de Solidariedade.
Próximos
Os primeiros da fila foram os que vão trabalhar no prédio da Prefeitura. Durante os próximos dias, os demais secretários serão empossados. A estratégia é visitar os prédios onde funcionam as pastas e fazer as oficializações durante os eventos. Ainda faltam 24 para serem oficializados e vai ser uma maratona para o prefeito e a equipe. Antes de começar, haverá um culto ecumênico para os servidores.
Atentos
Entre as pastas que aguardam novos nomes, estão a Secretaria de Segurança Pública e a Sub-prefeitura de Talhado. A primeira, deverá ficar com o atento comandante do I-5, coronel Márcio Cortez Maya Garcia. Durante a posse do prefeito, ele estava bastante atento ao celular, salvando todos os contatos daqueles que eram nomeados. E a segunda, com Ronaldo Oliveira, filho de militar que vai se manter no cargo.
Tudo como antes
Klebinho Kizumba (PL) tomou posse como vereador e já se licenciou para ser secretário de Esportes. Ele herdou a pasta de Marcondes e promete que não haverá mudanças por lá, frustrando aqueles que tanto criticaram Edinho. Aliás, Kizumba elogiou muito Marcondes em relação à condução do auxílio atleta, que tanto causou dor de cabeça a secretários da pasta.
Continuidade
Enquanto Vedroni representa o continuísmo encarnado e vai acumular a istração e Saúde, a princípio, a herança de Kizumba e a declaração de que vai manter o trabalho do agora vice-prefeito demonstra que nada vai mudar. Há ainda a expectativa de que muitos servidores comissionados serão absorvidos pela próxima gestão, demonstrando que não vai haver a aclamada ruptura.
Na Câmara
Com a saída de Kizumba, quem fica com a cadeira é Dr. Tedeschi (PL). O primeiro suplente do partido teve 1.769 votos. O advogado sempre esteve ao lado do coronel Fábio, demonstrando um fiel escudeiro. Inclusive, tem várias fotos em que aparece ao lado do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Discurso
João Paulo Rillo (PSOL), na condição de vereador mais bem votado, presidiu a sessão solene de posse na Câmara. Em um discurso que misturava alívio e até um certo receio de usar algumas palavras, ficou nítida a felicidade do psolista em ter um militar de direita na Prefeitura. “Foi uma vergonha alheia. Só faltou beijar o coronel”, disseram alguns esquerdistas.
Abstenções
Rillo e Renato Pupo (Avante) não votaram no presidente indicado pelo governo. A atitude de ambos dá um toque de “aguarde as cenas dos próximos capítulos”, deixando no ar a dúvida que a vida deles poderá não ser tão fácil nos próximos quatro anos, como não foi nos últimos quatro anos. Só para registrar, Márcia Caldas (PL) participou de forma remota por estar internada com dengue e votou.
Indicação
Com o fim do governo, Edinho deixa o comando do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Rio Preto, mas não sem antes indicar um substituto. O escolhido foi o prefeito de Olímpia, Geninho Zuliani (União Brasil). Seria esta a última demonstração do político de 52 anos de carreira de que não estará mesmo disponível para o atual prefeito?
Engessado
O fato de ter ignorado o deputado Itamar no discurso chamou a atenção de muitos que acompanharam a transição de perto. Pelos bastidores, correm piadas do tipo “tava ruim, tava bom, mas parece que piorou”, como dizia o meme. “Se mandar emendas, vai ser ruim porque vão dizer que ele vai querer ser prefeito daqui quatro anos. Se não mandar, vai ser ruim porque não mandou”, brincam alguns.
Sorrindo
O próprio Itamar já foi flagrado rindo da situação e itiu estar em um momento difícil. “A gente sabe que, em política, é assim mesmo. Eu vou continuar mandando emendas. Tenho que mandar. É meu papel de deputado e não importa o que dizem. Minha preocupação é com a cidade e a população. Estou em uma situação difícil, mas é assim mesmo”, disse o homem de bigode.