Uma pizza selou o tríplice acordo na Câmara. O aperitivo foi o prato principal de uma reunião que definiu como seria a substituição do diretor geral da casa, Jorge Gimenez. De um lado da mesa, Pedro Roberto, com um cargo vago e pensando em quem nomear. Do outro lado, Diego Polachini, cheio de planos para as eleições de outubro.
Acordo reptiliano
No caso, o réptil é um jabuti. Jargão comum na política para propostas que trazem surpresas que, na maioria das vezes, am despercebidas. E assim começou toda a história na Câmara. Pedro Roberto seguiu recomendações do Tribunal de Contas do Estado e resolveu o problema no cargo de diretor geral. A lei, aprovada sem dificuldades e a toque de caixa, garantiu que qualquer pessoa com ensino superior possa ser nomeada. Antes, deveria ser apenas ou advogado.
Abriu e fechou
A vaga aberta deu esperanças que a chefe de gabinete do Pedro Roberto pudesse ser nomeada ao cargo. Débora Donini tem curso superior, mas não é a nem advogada. Quando Pedro foi eleito presidente da Câmara, foi o primeiro nome que ele cogitou. Mas, as asinhas foram cortadas antes que o departamento pessoal da casa fizesse a análise da documentação.
Próximo, por favor!
Quem não perdeu a oportunidade de garantir a capacidade de Débora foi o Polachini. A jovem é uma das recrutadas para fazer parte da equipe que vai encabeçar a campanha de Marcos Pereira a deputado federal aqui pelo interior. Pedro Roberto liberou e ganhou proximidade com o Republicanos.
Primeiro time
Com Débora Donini próxima do Republicanos e mais ocupada, ficar na diretoria geral da Câmara poderia ser um problema por causa do excesso de trabalho. O jeito foi buscar o primeiro time escalado. Pedro Roberto buscou o ex-assessor Arnaldo Vieira. O jornalista, que já foi diretor do Procon, agora vai ser o novo diretor geral da Câmara.
O retorno
Arnaldo Vieira deixou de ser assessor numa boa. Ele foi obrigado a se afastar para se dedicar ao doutorado e agora, que já resolveu a vida acadêmica, voltou para a vida política. Fica até o fim do ano. Pelo menos por enquanto.
Vocação
Quem montou o quebra cabeça e descobriu toda a história do novo diretor da Câmara foi a jornalista Bia Menegildo, da CBN Grandes Lagos. Viu um lance aqui, ouviu um papo no cafezinho noutro dia, ficou sabendo de um encontro ocasional, observou uma visita atípica e juntou as peças.
Os 120
O projeto que adequa a legislação para evitar a demissão de 120 comissionados enviado à Câmara pelo prefeito Edinho Araújo (MDB) é o assunto do momento as ilegalidades serem corrigidas. Se isso não ocorrer, os contratados serão demitidos, segundo sentença do TJ. A ação é do diretório estadual do Partido Socialismo e Liberdade (Psol) e foi acatada pelos desembargadores.
“Nós perde o que já tem”
O projeto deve ser aprovado, mas há uma insegurança geral entre os vereadores que apoiam o prefeito e precisam que ele seja aprovado. Temem ações subsequentes. Reunião entre o Procurador Geral do Município e os vereadores deu uma acalmada nos nervos, mas não deixou o grupo totalmente confiante. Em uma rodinha com quatro vereadores que apoiam o prefeito, Paulo Paulera (PP) disse, resignado: “Se nós não votar, nós perde o que já tem”. Bruno Marinho (Patriota), Junior Ruel (União Brasil) e Anderson Branco (PL) completavam o grupo.
Muito em jogo
Pauléra e o grupo vive esse dilema porque entre os 120 cargos nomeados sem concurso público estão os indicados pelos vereadores. O “nós perde o que já tem” é uma referência aos apadrinhados indicados por eles. Mas, não só. O Tribunal decidiu dissolver os cargos em 120 dias a partir da publicação da sentença. Entre eles, o do chefe de gabinete, homem de confiança de Edinho há décadas, Zeca Moreira.
Cutucando
Para fustigar o prefeito e marcar presença na discussão, o presidente da Câmara, opositor Pedro Roberto Gomes (Patriota), marcou audiência pública com o Sindicato dos Servidores para o dia 30. Marcada para esta quinta-feira (26), foi adiada para ter a presença de João Paulo Rillo (Psol). Com uma dengue muito forte, não estaria presente. Pedro Roberto remarcou a pedido.
Loteria
O vereador Celso Luiz de Oliveira (MDB), o Peixão, é um homem de sorte. Após pegar Covid-19 duas vezes, padeceu a semana toda com uma dengue virulenta. Concorre com Jair Moretti, secretário de Governo. Teve Covid 3 vezes. Tem direito a pedir música no Fantástico.
Tarseleuses
Eleuses Paiva (PSD) apoia Tarcísio de Freitas (PL) na eleição para o governo do estado. O anúncio desvenda a posição dele entre Bolsonaro e Lula. O PSD de Gilberto Kassab, sem candidato à presidência, liberou a bancada. Na terra do governador Rodrigo Garcia (PSDB), Eleuses marca território e se alinha ao bolsonarismo. Pesquisas internas dos partidos apontam que Tarcísio é o preferido dos rio-pretenses. Eleuses é candidato à reeleição.
Por ora, os dentes
O promotor regional da Saúde, Gilberto Menzello Romani, mostrou os dentes na reunião entre ele e 24 Conselhos Municipais de Saúde da região. Esses Conselhos fazem vista grossa para os prefeitos e os gestores (secretários e coordenadores) de Saúde de suas cidades ao não cobrar a obrigação legal. Os municípios são responsáveis pelos serviços primários e de média complexidade em Saúde para os quais recebem mensalmente do SUS. Tem cidade da região que manda paciente fazer sutura no HB ou arruma endereço fictício em Rio Preto para que os seus sejam atendidos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).
HBulâncias
O HB é um hospital de alta complexidade, mas não consegue cumprir a sua obrigação porque tem que fazer raio X em quem quebra um braço. Os municípios são obrigados, por lei, a ter esses serviços. Os prefeitos não são punidos e fazem o que bem entendem. Enquanto isso, os pacientes de Rio Preto ficam entre 5h a 6h à espera de um bom dia de um médico. A cidade não tem 500 mil habitantes, segundo o IBGE, mas conta mais de 1 milhão de prontuários médicos de moradores locais.
Com a barriga
Os promotores naturais (das comarcas dessas prefeituras) também não se mexem. Cuidam de outros problemas. Afinal, o galinheiro em que se transforma alguns setores da Saúde em Rio Preto fica bem longe dos olhos deles. Fernando Araújo, presidente do Conselho de Rio Preto, ofereceu a expertise local. O problema é que alguns Conselhos da região são apenas nomes em papéis e não cumprem suas obrigações. Se curvam a tiranetes locais. O promotor Romani é um gentleman. Só vai arrumar a casa quando começar a meter ações nesses prefeitos que se fazem de bobos. Ele tem poderes para fazer o que os promotores naturais não fazem.
Igualdade
O vereador Renato Pupo, pré-candidato a deputado estadual pelo PSDB em outubro, reapresentou projeto para que as pessoas com Transtorno do Espectro Autistas (TEA) tenham direito a uma sessão de cinema exclusiva no mês. O primeiro projeto que apresentou tinha inconsistências e foi vetado. Essa clientela tem o direito. O ambiente da sessão não pode ser o mesmo que para o público geral. A sala tem que ter a luz possível, o volume menor e espectadores têm que ter a liberdade de entrar e sair quando quiserem. O projeto prevê uma sessão exclusiva por mês.
Danila vem aí
Está confirmada a pré-candidatura à deputada federal da bolsonarista de carteirinha, Danila Azevedo (PTB). Em Rio Preto, ela foi lançada pelo presidente estadual do PTB, Otávio Fakoury. Mas, o evento que selou a caminhada foi em Americana, onde ela tem um nicho importante. Bolsonarista de primeira hora, conta com apoio do núcleo mais próximo desse grupo político e de agropecuaristas de peso, como o empresário Ribas Paiva.
Bicharada
Nesta quinta-feira foi inaugurado um Ecoponto para a coleta de tampinhas de garrafa plásticas e lacres de alumínio. Além de ajudar na preservação do Meio Ambiente, dá dinheiro para o Instituto Vira Latas, e para protetores de animais e projetos sociais.
Lacrados
Pedro Roberto Gomes, Renato Pupo e João Paulo Rillo não foram convidados. E o assunto que dominou as rodas foi a proposta de uma emenda impositiva municipal. Os vereadores podem ter um quinhão obrigatório do orçamento todo ano. Convidados, Odélio Chaves (PP) e Rossini Diniz (PL) não apareceram.