Depois de dizer inúmeras vezes que só iria divulgar os nomes dos próximos secretários após a posse, o prefeito eleito, Coronel Fábio Candido (PL), já revelou oficialmente três escolhidos e disse que novos nomes devem ser confirmados “paulatinamente”. Nenhum deles é uma grande novidade para quem acompanha de perto os trabalhos da equipe de transição.
Obras
O vice-prefeito eleito, Fábio Marcondes (PL), vai ficar com a tão cobiçada Secretaria de Obras. A pasta com um dos maiores orçamentos do município será comandada pelo atual vereador e ex-secretário de Esportes. Oficialmente, ninguém criticou a escolha. Muito pelo contrário, Marcondes foi aclamado publicamente por muitos pelo próximo cargo.
Chefe de gabinete e Semae
O coronel da reserva, Rodrigo Carmona, foi um apoiador ativo durante a campanha eleitoral e vai acumular a superintendência do Semae e Chefe de Gabinete. Também não foi surpresa a escolha do prefeito eleito, porém, teve quem se lembrasse da história de atuação na autarquia daquele que foi um dos gurus de Fábio Candido durante a campanha e questionasse: “E a Ivani [Vaz de Lima]?”.
Secretaria de Governo
Já o ex-vereador Muhamad Alahmar, conhecido como Dinho Alahmar, ficou com a Secretaria de Governo. A escolha daquele que será o interlocutor entre o Executivo e Legislativo foi justificada pela experiência de quatro mandatos do ex-parlamentar. O nome de Dinho, no entanto, não foi bem-visto por alguns que já dividiram o plenário com ele. Resta esperar para saber se a relação será harmônica.
Segurança pública
Conforme divulgado pela coluna Giro Político, em 29 de novembro, o nome do coronel Márcio Cortez Maya Garcia, atual comandante do I-5, segue em alta. A novidade é que dizem que ele é o escolhido do próximo prefeito para assumir a Secretaria de Segurança Pública. Apesar de ainda seguir a indefinição oficial, sabe-se que o militar irá participar do governo e deverá pegar o bonde andando ao chegar depois que o mandato já estiver em curso.
Comunicação
A capitã Amália Paci segue cotada para assumir a pasta de Comunicação. A possibilidade voltou após a militar ter sido promovida dentro da corporação. No entanto, dizem que ela pode ficar em uma posição mais parecida com a que ocupa atualmente, de porta-voz da Polícia Militar. Há quem aposte que ela deve seguir o coronel Márcio na Secretaria de Segurança Pública como uma assessora especial na pasta.
Agricultura
A empresária Carina Ayres deverá ficar mesmo com a secretaria de Agricultura. Tudo indica que ela deixará provisoriamente a dedicação exclusiva que tem nos setores de citricultura e produção de cana-de-açúcar para istrar a pasta que cuida, entre outras coisas, da merenda escolar. Lembrando que a empresária é embaixadora das Mulheres do Agro na Região Sudeste.
Talhado
O subprefeito de Talhado, Ronaldo Oliveira, deve ser mantido no cargo pelo próximo governo. Ele é ligado ao presidente da Câmara, Paulo Pauléra (Progressistas), e ocupa o cargo por indicação do até então aliado do prefeito Edinho Araújo (MDB). No entanto, Pauléra nega que tenha feito a indicação para Ronaldo ficar no cargo. “Ronaldo é filho de militar amigo do coronel Fábio e deve permanecer por lá por isso. Não tenho nada a ver com indicação do nome dele. É um novo governo e tudo vai mudar. Ninguém me pediu qualquer indicação até agora”, disse Pauléra.
Ordinária
A última sessão ordinária da Câmara de Rio Preto, realizada na terça-feira (17), tinha na pauta o Projeto de Resolução de Marcondes que pretendia exigir dos vereadores exames toxicológicos periódicos. A justificativa era enquadrar a dependência química como falta de ética e abrir a possibilidade de punir os parlamentares. Marcondes não estava no plenário no momento da votação e a proposta foi arquivada.
Chororô
Oficialmente, aquela seria a última sessão dos vereadores Robson Ricci (PSD), Claudia de Giuli (MDB) e Karina Caroline (Podemos). No entanto, já havia a certeza de que deveria ter mais sessões extraordinárias e a única a fazer discurso de despedida foi Karina. A vereadora se emocionou na tribuna e lembrou da luta que fez pelos direitos das mulheres. Ela ou o bastão para Márcia Caldas (PL), única vereadora a partir de 2025.
Sepulcral
Claudia de Giuli já tinha dito, em uma sessão ada, que não ia se pronunciar em despedida. Detentora de dois mandatos, a vereadora apelidada carinhosamente de “rainha dos animais” não se reelegeu e ficou como segundo suplente do partido, com pouquíssimas chances de assumir uma cadeira. Claudia vem afirmando que vai manter o silêncio para “não perder o réu primário”.
Extraordinária
As duas últimas sessões extraordinárias, realizadas nesta quinta-feira (19), foram palco da despedida oficial do trio e apenas Ricci fez uso da palavra. Em um discurso recheado de indiretas sem nomes, mas com endereços certos, o outrora chamado de “menino de ouro” fez um desabafo. Ricci é o primeiro suplente do partido, mas também não tem esperanças de assumir a cadeira nos próximos quatro anos.
Sem sanção
Durante a votação, Ricci chegou a pedir que os vereadores aprovassem um projeto dele que pretendia obrigar a instalação de uma espécie de jaula aos coletores de lixo. A justificativa do vereador era de que o equipamento é importante para a proteção dos trabalhadores. “Pelo menos eu saio do mandato com um projeto sancionado”, disse Ricci. E Paulo Pauléra (Progressistas) rebateu: “É o último e é muito ruim!”.
Justiça seja feita
Tudo bem que era o último projeto de Ricci a ser votado, porém não é verdade que ele não tenha propostas sancionadas. Uma das leis de autoria do vereador é 14.438, de 23 de junho de 2023, que obriga estabelecimentos comerciais a divulgarem o “Disque Denúncia – 197”. Ricci ainda ouviu de Celso Peixão (MDB) um irônico “meus sentimentos” pelo fim do mandato.
Mea culpa
Quem também aproveitou o momento para pedir desculpas foi João Paulo Rillo (PSOL). O vereador, em um tom pacifista, se desculpou por todos os embates que travou durante o mandato. Ele se dirigiu diretamente a Renato Pupo (Avante), Jean Charles (MDB) e outros, inclusive aos servidores da casa. Rillo teve atritos com a Procuradora Geral do Legislativo e isso causou muitos problemas para ele durante o mandato.
Felicidade
A cerimônia de diplomação dos eleitos, realizada no salão do júri do Fórum de Rio Preto, na última quarta-feira (18), foi um momento de felicidade e descontração. Começando pela hora do hino municipal, ao menos cinco vereadores tropeçaram na letra e alguns foram vistos cantando só o refrão. Na hora da entrega dos certificados, a quinta série dominou e não faltou o “agora foi” quando alguns foram chamados.
“Não existe coincidências”
Apesar da ausência sentida do prefeito Edinho Araújo (MDB) no evento, o atual vice-prefeito Orlando Bolçone (União Brasil) esteve presente e o representou. Muito atento à cerimônia, o professor fez questão de olhar no relógio quando o prefeito eleito foi chamado para receber o diploma. “São exatamente 11h22. Não existe coincidências mesmo”, disse Bolçone, mostrando o relógio.
O próximo presidente
Muitos dos vereadores veteranos não gostaram da forma com que o novato Luciano Julião (PL) apareceu vestido. O eleito, cotado como o próximo presidente da Câmara com o apoio de coronel Fábio Candido, estava sem terno e gravata. Ainda no evento, teve quem considerasse uma falta de respeito. Já na sessão, Marcondes falava sobre participação remota nas votações e disparou: “isso aqui não pode virar bagunça. Já acabaram com o terno e gravata”. Dizem que foi um recado ao colega de partido.
Destino
A ausência de Odélio Chaves (Podemos) foi sentida durante a diplomação. Ele foi representado pelo atual chefe de gabinete dele, Cezar Basilio Dornelas Mendes. Odélio não participa das sessões há algumas semanas e o fato virou piada na última sessão. “Abre a câmera para saber que hora é aí” (sic), disse um vereador. Pelos corredores, sobram especulações. Uns dizem que Odélio está na praia e outros, em Portugal. Oficialmente, “o vereador precisou viajar”, disse a assessoria.